Costumo sentir medo.
Irracional, de tudo aquilo que me transporta ao que deveria ser bom. Um sobressalto imaginário daquilo que imagino não existir; ou existir demasiadamente.
Ele transporta-se perante meu corpo como liquido quente implantado em meu sangue. Percorre cada canto de mim, desde os dedos do pé até a cabeça trazendo consigo a desesperada sensação de horror.
Nunca soube quando ele veio de fato se implantar em mim. Parece que sempre existiu, e persistiu em sua pavorosa essência de se manter parasita em mim. É da minha esperança que parece viver, consumindo-a como alimento para o desespero. Afetou até os batimentos do meu coração, fê-lo desregular sem compasso quase gritando.
“Vai passar”, é o que diz aquilo que de ainda racional vive em mim, mas tão pequeno que é fica difícil ouvi-lo. Grito. Na frustrada tentativa de mascarar aquilo que percorre minhas veias. Grito na iludica tentativa de calar.